quarta-feira, 25 de novembro de 2009

CONCLUSÃO SAÍDA DE CAMPO

Ao analisar os questionamentos que realizamos aos cinco docentes da EJA quanto: a identidade, o pensamento, a linguagem, as dificuldades em sala de aula e na vida dos alunos, as diferenças cognitivas em função das culturais, aos elementos fundamentais para o sucesso dessa modalidade de ensino e o efeito dos programas educativos na EJA, concluí com as seguintes abordagens que exemplificam as idéias apontadas por Marta Kohl no texto estudado e que cincidem com os seguintes dados apontados pelos docentes:

A) Identidade: alunos oriundos do diurno por fracasso escolar ou mal comportamento e adultos que não tiveram a oportunidade de estudar na idade apropriada e que procuram melhores condições de trabalho;
B) Linguagem: Os jovens utilizam gírias ou um vocabulário relacionado com as tecnologias:TV< celular e computador.Os adultos utilizam um vocabulário urbano, mas simples e na interação com os mais novos começam a utilizara libguagem desses com pronúncias muitas vezes erradas;
C) Pensamento: Os jovens apresentam um pensamento rápido, momentâneo e articulado.Os adultos têm um pensamento lento, mas com comprometimento de aprofundar os conhecimentos com vistas ao futuro.
D) Dificuldades na sala de aula e na vida: Os adultos requerem um atendimento individualizado, pois têm dificuldades em compreender as propostas.Já os jovens apresentam dificuldades de concentração e atenção.Nesse enfoque há falta de tolerância mútua devido a diferença etária e de interesses.
No cotidiano de suas vidas as dificuldades estão no uso do tempo, no cansaço,e nas responsabilidades familiares.Os mais velhos apresentam problemas de saúde.
E) Funcionamento cognitivo em função das diferenças culturais:As diferenças culturais podem conttribuir ou não para a evolução do grupo.O que depende é da interação entre os alunos e o professor para evitar vergonhas e constrangimentos, causas de muitos desistirem.
F) Elementos fundamentais para o sucesso no EJA: aulas diversificadas com recursos variados, atrativos e desafiadores.Um professor motivado e preparado para a EJA de encontro com alunos interessados frente a um currículo aprorpiado que respeite as dificuldades, os conhecimentos e a história de vida dos educandos.
g)Efeito dos programas educativos:Precisa de um padrão de qualidade em relação ao conhecimento para a melhoria da qualidade de vida e de maior qualificação dos profissionais envolvidos.
Diante desse panorama acima descrito, ESTOU embasadA teoricamente para atuar nessa modalidade de ensino consciente das dificuldades e recompensas que ela possa vir a me trazer.

domingo, 1 de novembro de 2009

A importância dos Temas Geradores na Prática Pedagógica

Com a utilização dos temas geradores na prática pedagógica é proposta a valorização da cultura construída pelo aluno como ser social, pois a partir de palavras-chave que provém de seu vocabulário e de situações do cotidiano que permeiam suas relações sociais, de trabalho, na comunidade, entre outras, e, sendo trazidas por esse sujeito, estarão carregadas de significado. Nesse primeiro momento, o educador se intera sobre o que o aluno conhece e o mesmo traz sua cultura de mundo para dentro da escola.
A partir da apresentação na oralidade de uma palavra significativa para o aluno, será realizada a representação escrita e visual do objeto que a designa. Os mecanismos da linguagem em si serão estudados após o desdobramento das palavras geradoras em sílabas. É importante salientar que essas palavras devam conter diferentes possibilidades silábicas que permitam o estudo de todas as situações que possam ocorrer durante os processos de leitura e escrita, promovendo uma conscientização do aluno acerca da importância de conhecer o idioma materno, na oralidade e na escrita.
A partir dessa troca nas relações sociais, a exploração e discussão de diferentes temas, onde cada sujeito expõe uma leitura de mundo diferenciada, apresentando culturas paralelas distintas, mas que se complementam na vida social, acabam por promover a inserção da linguagem no contexto real do aluno, ajudando no seu processo de construção de uma visão crítica da realidade, problematizando-a, dessa forma promovendo a ação e transformação, tornando o sujeito consciente desse processo, e, contribuindo efetivamente para seu processo individual e coletivo de leitura de mundo, principal função da educação, segundo Paulo Freire.

Projetos de Aprendizagem

Dentre os aspectos positivos do trabalho baseado na Pedagogia de Projetos está a valorização do conhecimento que o aluno já possui e não naquele que o mesmo não possui, suas hipóteses acerca do assunto trabalhado são mais importantes que suas certezas. O seu processo de busca pelas informações constituirão novas relações e aprendizagens, que serão desenvolvidas num currículo que tem como característica principal o princípio de globalização e significatividade, e no decorrer do projeto o aluno se torna consciente de seu processo de aprendizagem.
Os maiores desafios dessa proposta de trabalho é a articulação do currículo da escola e os interesses dos alunos, apresentando maior flexibilidade quanto a prazos e seqüência de conteúdos; a reflexão e mudança do papel do professor que se torna facilitador da aprendizagem e do aluno que não é um mero espectador, mas participativo em todas as etapas do projeto; a construção de projetos que tenham significado para os alunos, onde conteúdos e áreas de conhecimento atendam suas necessidades, dessa forma criando um clima de envolvimento, cooperação, solidariedade, permitindo dessa forma o interesse do grupo pelo assunto trabalhado, buscando uma construção coletiva.
A principal diferença entre a aplicação da Pedagogia de Projetos na Educação Infantil e nos Anos Iniciais, está na escolha do tema do projeto e no aprofundamento dos assuntos desenvolvidos, respeitando as especificidades de cada faixa etária. Com os pequenos é preciso trabalhar de forma mais simplificada, desenvolvendo atividades mais práticas, que necessitem de maior envolvimento e cooperação não só do aluno, como também da família, que ajudará muito nesse processo. A semelhança dos trabalhos é principalmente a valorização de aspectos como socialização, convivência, partilhamento, construção do grupo, enfatizando o diálogo; a presença de um currículo mais integrativo, articulando diferentes áreas de conhecimento, avaliando e construindo continuamente o conhecimento e a aprendizagem dos alunos, revendo a cada momento os caminhos percorridos no processo; os conteúdos não são um fim em si mesmos, mas possuem caráter social, cultural, político, trabalhando aspectos da realidade e interesse dos alunos.

sábado, 17 de outubro de 2009

TAYLORISMO & FORDISMO E A CULTURA ESCOLAR

No século XX ocorreu uma revolução nos sistemas de produção e distribuição na indústria, possibilitando o surgimento de processos visando o acúmulo de capital e de meios de produção. Entre as estratégias utilizadas para esse fim estava o barateamento da mão-de-obra, bem como a desapropriação do conhecimento acumulado pelos trabalhadores. Dessa forma os trabalhadores participavam apenas dos processos mais simples e automáticos dentro da linha de produção, sendo-lhes negado o direito a participação na tomada de decisões e no controle empresarial, umas pessoas usam o intelecto, pensam e decidem, outras as mãos, apenas obedecem. Com isso, os empresários estabelecem um maior controle sobre as decisões de produção e comercialização dos produtos, impedindo a democratização dos processos envolvidos. O aparecimento das linhas de montagem na indústria , a organização e distribuição das tarefas, contribuiu ainda mais para a desqualificação do trabalhador, acentuando a importância da mecanização do trabalho, o ser humano obedece à máquina, perdendo sua autonomia e independência. O lucro assume papel fundamental na sociedade, as necessidades e interesses das pessoas ficam em segundo plano frente à essa realidade. O sistema educacional é afetado pelo modelo de produção adotado pela industrialização, ou seja, o currículo escolar é fragmentado em matérias, temas, lições, descontextualizados da realidade dos alunos, que não compreendendo o significado dos processos de ensino e aprendizagem, e os conteúdos culturais desenvolvidos, que não promovem reflexão, acabam por ressaltar apenas a capacidade de obediência e submissão destes, qualificando-os através de notas, comportamento e esquecendo a necessidade de um currículo escolar para desenvolver a cidadania dos alunos, possibilitando julgamento e intervenção sociais.
A partir da década de oitenta começa o processo de globalização da economia, obrigando a revisar e modificar os processos de produção e comercialização, fazendo-se necessário recorrer a novas formas de gestão e organização do trabalho. Aparece o trabalho em equipe, a descentralização, a competitividade das indústrias e mercados de outros países, bem como consumidores cada vez mais exigentes. As telecomunicações são importantes e a informatização reduz a burocracia. A incerteza e a complexidade são as características da sociedade e a flexibilidade é essencial, pois permite que um trabalhador controle várias máquinas, dando-lhe autonomia.
Estes novos modelos de produção industrial, exige das instituições escolares o compromisso de formar pessoas com conhecimentos e habilidades para atender a esta filosofia econômica.

SEU NOME É JONAS

No primeiro momento fiquei chocada ao ver no filme O SEU NOME É JONAS, as cenas dos meninos com Síndrome de Down e do menino surdo(Jonas) internados naquele hospital, há anos, para tratarem-se do retardo mental. Mostrou-me exatamente a realidade do histórico da Educação Especial que estudamos no Eixo VI. Como a sociedade podia ser tão cruel com aquele menino que apenas não podia escutar e, por isso , não conseguia ter as mesmas posturas das pessoas que não apresentavam essa dificuldade. Jonas não era anormal, apresentava dificuldades de comunicação por deficiência auditiva e os métodos utilizados na época eram inadequados ao seu caso.Os seus familiares não possuíam o conhecimento adequado dos métodos eficientes que pudessem auxiliá-los a comunicarem-se com Jonas, o que trouxe muito sofrimento para todos. Possuía dificuldades de relacionamento com os seus pais e o irmão, e ambos, transtornados na angústia de educar o menino separaram-se por não aguentar tal sofrimento.
Sua mãe lutou incansavelmente buscando métodos para auxiliar esse a comunicar-se com o mundo. E nesse aspecto as divergências foram muitas, pois a opinião dos profissionais daquele momento eram diferentes da real necessidade de Jonas: queriam ensiná-lo a falar através do método de sonorização.O que era impossível para ele, pois era totalmente surdo e por isso não falava. Jonas carregou aparelhos auditivos absurdos para a sua realidade infantil, viu sua família desorganizar-se, sofreu preconceito das pessoas da sua convivência social sem poder expressar nenhum sentimento. Até que sua mãe, ao ver uma família surda comunicando-se através da Língua de Sinais, encontrou uma esperança para a dificuldade de comunicação do seu filho. Através do contato com outras pessoas com dificuldades auditivas, conhecedoras da Língua de Sinais, Jonas pode aprender sobre o mundo e a comunicar-se com ele.

Acredito, que atualmente, as descobertas nesta área estejam melhores que as da época do Jonas.Porém certa ocasião, conversei com uma senhora, no metrô, que tinha um neto surdo, pedia ajuda financeira para tentar comprar um aparelho.Ele tinha 3 anos e a família estava no processo de adquirir conhecimento sobre o assunto para auxiliar o menino.Pude identificar, ao ver o filme, os mesmos sentimentos e angústias da família de Jonas, na avó do metrô.O conhecimento pode ter inovado, mas o ser humano precisa aprender a lidar com a diversidade.

domingo, 4 de outubro de 2009

Que diferenciações podem ocorrer em relação à fala ou à escrita?

Fala-se, escrevê-se, lê-se sempre do mesmo jeito? Que diferenciações podem ocorrer em relação à fala ou à escrita?

A partir da leitura do texto proposto pela interdisciplina de linguagem, podemos compreender que a leitura, a escrita e a oralidade são produções culturais. Cada grupo social cria a sua forma de comunicação e valida a mesma segundo a função que lhe atribui. Por esse motivo não lemos, falamos e escrevemos sempre da mesma forma, historicamente isso pode ser comprovado. E nesse aspecto há uma diferença entre a função que determinados grupos dão a linguagem e a aceitação da mesma pela instituição escolar. A escolarização não permite a internalização da multiplicidade de tipos de comunicação oral e escrita.
Não falamos sempre da mesma forma , não escrevemos adotando em todas as vezes o mesmo estilo, pois condições adversas podem interferir na fala de um interlocutor.Assim como, na expressão escrita ,ele não a utiliza sempre de forma fixa, formal, sofisticada, planejada. Há uma multiplicidade de discursos e esses precisam ser trabalhados na escola como forma de desenvolver uma diversidade de significados aos interlocutores da sociedade contemporânea caracterizada por um estilo lingüístico dinâmico e contextualizado.

domingo, 27 de setembro de 2009

Diretrizes Curriculares da EJA

Fiquei deslumbrada com o estudo das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos no Brasil. A partir da leitura das suas 68 páginas, solicitada pela interdisciplina EJA do Curso de licenciatura em Pedagogia-PEAD/UFRGS, pude aprender as diretrizes que fundamentam essa modalidade de ensino. Antes de começar o curso de Pedagogia, já possuía habilitação no Curso Normal Educação Infantil e Anos Iniciais, por isso não poderia atuar na EJA como docente.Isso é o que me falavam aleatoriamente.Mas, ao estudar a DCN para a Eja compreendo que a formação do profissional para essa categoria do alunado é a comum para todo e qualquer professor, porém o docente precisa ter uma maior interação com os seus alunos através do diálogo.Atuar nessa modalidade de ensino, segundo a DCN, não é fazer voluntariado idealista e sim ser um docente que se qualifica para constituir projetos pedagógicos totalmente voltados para as necessidades dos jovens e adultos nos quais leciona.
Isso porque essa modalidade de ensino é voltada aos jovens e adultos que não concluíram os seus estudos na idade apropriada por questões alheias as suas vontades. Nesse aspecto, a EJA possui três funções que lhes embasam e que me fizeram compreender como funciona esse tipo de curso:
A) FUNÇÃO REPARADORA: visa a reparação do direito à educação negado anteriormente, através de uma escola de qualidade que venha proporcionar novas oportunidades no mercado de trabalho;
B) FUNÇÃO EQUALIZADORA: Proporcionar aos alunos condições de exercer funções mais qualificadas no mercado de trabalho e pro isso apropriar-se dos bens sociais;
C) FUNÇÃO PERMANENTE: visa propiciar a todos os alunos a atualização dos seus conhecimentos.
Pude compreender ao estudar esse assunto que a educação e o trabalho estão totalmente ligados na EJA e por esse motivo os conteúdos curriculares não podem ausenterem-se dessa premissa fundamental descrita na DCN"A vivência do trabalho e a expectativa de melhoria de vida".Nesse contexto o Projeto Pedagógico e a preparação dos docentes devem considerar sob a ótica da contextualização o trabalho e os seus processos e produtos desde a mais simples mercadoria até os seus significados na construção da vida coletiva.

sábado, 12 de setembro de 2009

Comênio e sua contribuição para a área educacional.

No módulo II da Inetrdisciplina Didática, Planejamento e Avaliação do curso de Licenciatura em Pedagogia- PEAD/UFRGS foi nos solicitado que lêssemos sobre a vida e obra de Comênio e as suas contribuições para a área de ensino, mais especificamente sobre a Didática. Essa que significa a arte de ensinar. E dentro deste sentido Comênio contribuiu muito pois formulou a DIDÁTICA MAGNA: Tratado de Arte Universal de Ensinar Tudo a Todos.
Realizando uma breve reflexao sobre o estudo de Comênio percebi que idealizou um material didático em uma fase de transição histórica, na qual os ideiais antigos cruzavam-se com novas formas de ver o Novo Mundo, tão vasto para ser compreendido e experimentado .Nesse contexto, imagino aulas não tão severas, que possibilitem ao aluno a troca e a experimentação através dos sentidos e que a natureza é objeto de observação de forma prazerosa, rápida e que todos participem de forma integrada.
Identifiquei 4 elementos na Pedagogia de Comênio na minha prática em sala de aula:
a) A consideração pelo aluno: no que diz respeito as suas capacidades, a sua motivação, a interação com outros colegas e a necessidade de um tempo para atividades de lazer e descanso. Trabalho em uma turma de Berçário e percebo em minha rotina características descritas por Comênio: trocas entre os bebês, descanso, atividades musicais, respeito às capacidades de cada aluno.
b) Ensino igual para todos; Dentro da escola pública possuímos diversos tipos de alunos advindos de diferentes grupos sociais e precisamos ter equidade com todos. Temos problemas de higiene, falta de responsabilidade dos pais, abandono, drogadição, miséria, separação de pais, mas precisamos atingir a todos com igualdade.
c) O realismo do Ensino: Aprendizagem a partir dos sentidos, da percepção, a partir da experiência do aluno e não através de teorias abstratas. Como leciono para bebês que encontram-se, segundo Piaget, no período sensório-motor, em que as crianças conhecem o mundo através da manipulação sensorial e corporal também identifico na minha prática idéias de Comênio.
d) Relacionamento entre professor e aluno: Comênio salienta a importância de um bom relacionamento entre o professor e o aluno o que se torna essencial em uma turma de berçário.

domingo, 28 de junho de 2009

AÇÃO

Trabalho, atualmente, em uma turma de B1, composta por 14 bebês na faixa etária do 6 aos 14 meses. Nossa turma está em período de adaptação das crianças com as educadoras, 02 assistentes e uma professora titular, com a escola, com as outras crianças e com a equipe da manutenção e nutrição.
Sabemos que nossos alunos estão no período sensório-motor, caracterizado pela inteligência prática. O mundo é algo a experimentar e conhecer através dos sentidos e das ações corporais que se estabelecem com as pessoas e o meio físico. Presa a experiência imediata, a criança necessita da presença de objetos concretos para que seus esquemas de ação possam ser desenvolvidos a partir do olhar, agarrar, ouvir, alcançar, morder ou sentir com a pele.
Em sala de aula, nesse período de adpatação, dispomos de pouco tempo para desenvolver atividades com todas as crianças, pois estamos com grupos de adaptação em horários diferentes. Mas dentro da rotina estamos disponibilizando a criança o seu contato com o mundo físico e social através da ação: oferecemos diferentes formas de apresentação dos alimentos: líquido, pastoso, sólido. Observamos as preferências das crianças e oportunizamos o conhecimento e o apreço a novos alimentos.E nisso percebemos que em casa muitas vezes eles não comem, mas que com a atitude do colega em comer algo eles querem provar e até comem todo o alimento anteriormente rejeitado.
Tudo no B1 é aprendizagem.Muitas dessas crianças ficavam em casa somente com a mãe e o contato com novas pessoas e crianças da sua mesma faixa etária possibilita a troca de conhecimento e favorece novas descobertas, por isso, também deixamos as crianças brincarem livremente com brinquedos de montar, encaixar, panelinhas, brinquedos de borracha para morder.

REFERÊNCIA:
Textos disponibilizados na biblioteca do Rooda:
EPISTEMOLOGIA GENÉTICA E CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO- Marques,Tânia
O QUE É CONSTRUTIVISMO? Becker,Fernando

segunda-feira, 15 de junho de 2009

DESENVOLVIMENTO MORAL

Realizo as minhas atividades pedagógicas em uma turma de B1 que compreende a faixa etária dos 9 meses até os 18 meses nesse momento.Como simultaneamente desenvolvemos as crianças sob todos os aspectos, nunca havia pensado especificamente sobre o desenvolvimento moral e como lidamos com situações relacionais nessa faixa etária, parece que as vezes agimos automaticamente pela prática de sala de aula.
Sei que segundo o que Piaget colocou sobre o desenvolvimento moral, meus alunos encontram-se na fase da heteronomia, que não compreendem o outro como parte diferenciada de si..Como são egocêntricos, observo que as brincadeiras livres ocorrem de forma isolada pelas crianças e com os objetos que lhes interessam individualmente.Ocorrem muitos conflitos, porque o brinquedo ainda faz parte deles e puxam das mãos dos colegas sempre.Nessas situações, conversamos explicando que há um momento para todos manipularem aquele objeto e que devemos esperar a nossa vez para não machucarmos o colega e ele não ficar aborrecido. Claro que isso falamos 500 vezes por dia .
Compreendi que o desenvolvimento moral e dos valores é também um processo interno.O controle externo excessivo leva ao constrangimento e não favorece ao desenvolvimento do mesmo.Quando a criança regula as suas atitudes passa a cooperar de forma voluntária.Sente a necessidade interior de cooperação.Piaget insiste na importância de dar a criança a liberdade de decidir de escolher, porém, também reconhece que não se pode deixar a criança com liberdade total. Ela precisa aprender o porquê de respeitar regras.
Quando eu trabalhava nos Anos Iniciais sempre construía as regras da sala de aula com os meus alunos e esses ilustravam tais normas para ficar bem concreta a sua visualização.Tínhamos uma biblioteca ambulante e no extravio de qualquer livro solicitávamos a reposição do mesmo e se alguém estragava um tinha que levar para consertar em casa.Fazia-os ir compreendendo que era para o bem coletivo.

RELATÓRIO DO PLANEJAMENTO APLICADO NA TURMA DO BERÇÁRIO II

ROTINA DO TURNO DA TARDE:

Organização das crianças após o sono
Higiene
Lanche
Atividade Pedagógica na rodinha
Brinquedo livre no solário
Janta
Higiene
DVD
Jogos de Encaixe
Organização das crianças para a saída
Brinquedo livre na sala de aula


Realizei a minha prática sobre questões raciais no período de 01/06/2009 à 05/06/2009 na turma da minha colega, um Berçário 2, pois a minha é um B1 e sem condições de agora aplicar esse tipo de planejamento.
Achei um pouco difícil trabalhar assuntos tão abstratos com essa faixa etária, pois o seu nível de compreensão é concreto e precisei tornar o mais real possível o assunto paraeles.
Algumas alterações precisei realizar no planejamento: acrescentei uma família negra e a história tão conhecida Menina Bonita do Laço de Fita de Ana Maria Machado.
Então dessa forma iniciei a aplicação do planejamento no dia 01/06 com a contação da história e manipulando os fantoches que eram o pai João, o filho Junior e a mãe Joana. Esses nos acompanharam em todas as atividades, inclusive no lanche e na higiene.As crianças foram bastante receptivas e solicitavam a presença deles.



01/06/2009
ATIVIDADE PEDAGÓGICA NA RODINHA:

Contei a história de forma divertida, sempre ressaltando a pergunta do coelho em relação a cor da menina e o quanto ele achava essa um máximo.Vários alunos relacionaram (da maneira deles) a cor da menina com os alunos que tem essa cor presente na sala e aproveitei o gancho para explicar a herança genética que recebemos dos nossos familiares, pois a menina era dessa cor porque herdou da sua família.
No final da história, expliquei que iria colado na agenda um bilhete solicitando uma foto deles com os seus familiares, igual a história do livro.Demonstraram compreensão.

03/06/2009
ATIVIDADE PEDAGÓGICA NA RODINHA:

Nesse dia, cada criança na rodinha mostrou a foto sua com os seus familiares, falando quem eram e o nome de cada um. Muitos se conheciam.Houve comentários sobre as semelhanças entre eles: o pai da Nana tem bigode igual ao meu pai.!Eu não consegui perceber preconceitos quanto a cor.Há uma interação ótima entre eles.Apenas a aluna mais velha tem ciúmes da colega mais nova, brigam muito.
Dentro da rotina, após a janta, assistimos o filme KIRIKÚ E A FEITICEIRA.Nos primeiros dez minutos, foi tranqüila a visualização, logo alguns começaram a dispersarem-se.Precisei intervir narrando e chamando a atenção para as cenas.O único comentário realizado pelas crianças foi da aluna V. que disse: Ele é igual ao meu pai, referindo-se a um personagem do filme que era negro.Esse menina é filha de um homen negro com uma mulher branca e herdou todas as características físicas do pai.
Na atividade dirigida, solicitei que desenhassem sobre o filme da forma deles), pois é uma turma de B2 que encontra-se na garatucha desordenada.


05/06/2009
ATIVIDADE PEDAGÓGICA NA RODINHA:

Montagem das fotos dos familiares com as produções das crianças e visualização por elas.
Observei que minha atividade nessa turma serviu de experimentação sobre o tema.As crianças ficaram bem atentas e demonstraram compreensão ao representarem as atividades no jogo simbólico.Manipularam e brincaram, por opção, com as bonecas negras e a medida que os familiares vinham buscá-los os colegas diziam quem eram e os seus nomes.Houve uma integração e visualização por parte das crianças das diferenças existentes entre nós.

domingo, 31 de maio de 2009

FILME CLUBE DO IMPERADOR

Neste semestre na interdisciplina Filosofia da Educação estamos estudando o Juizo Moral que é avaliado pela concepção crítica da realidade. Aprendi que os princípios morais regem a conduta dos indivíduos e que esses estão muito enraizados naquilo que eles fazem, por isso conhecemos os mesmos quando estudamos o que determinada pessoa faz. Conforme Hare são regras que guiam a ação. Abaixo compartilho a análise do fime Clube do Imperador, no qual fiz minha crítica quanto ao juízo moral na ação do professor.

Análise do filme: O Clube do Imperador

a) Descreva uma cena do filme, na qual o professor está diante de um conflito moral:

Cena 73 Concurso Anual Sr. Júlio César

Todos os alunos e pais do Colégio de rapazes St. Benedicts, no qual tinha como lema: O fim depende do começo! Reunidos para o 73 Concurso anual Sr. Júlio César que compreende uma competição anual sobre história antiga organizada e apresentada pelo professor Sr. Hundert, um respeitadíssimo professor de história. Nesse concurso o melhor aluno, ou seja, aquele que apresentar a todas as perguntas uma resposta correta é o Sr. Júlio César daquele ano.
Deu-se o início ao concurso pelo diretor do colégio e o mesmo anunciou o Sr.Hundert que explicou as regras e chamou os candidatos Louis Massoudi, Deep Mehta, Sedgewick Beel.As perguntas foram sendo realizadas segundo o programa estabelecido e os meninos iam respondendo, porém a atitude de demora e o levantar da roupa ( uma réplica da vestimenta da Roma antiga) do aluno Beel deixou o professor certo de que ele estava colando. No momento oportuno o professor Hundert falou discretamente ao diretor do colégio que o aluno Beel estava colando, defraudando as regras da competição.O diretor mandou seguir e fingir que nada estava acontecendo de anormal, pois subentende-se que o poder aquisitivo e o nome do filho de um renomado Senador não pode ser colocado em escândalo.
Beel é desmascarado pelo professor que realiza uma pergunta referente ao primeiro dia letivo, no qual o aluno mencionado não se encontrava por começar seu ano escolar dias depois do início das aulas.Com o fato de o menino não saber responder essa pergunta e um dos seus colegas o aluno Deepak Mehta é o Sr.Júlio César daquele ano para revolta de Beel.

b) Descreva o conflito moral e a solução que o professor escolhe:
Nessa cena relatada o , Sr.Hundert está diante de um conflito: desmascarar o menino Beel que estava agindo com falsidade, procurando enganar a si próprio e a todos ali presentes.Ele agiu com falsidade, engano não respeitou as regras do jogo:estudar para dominar os questionamentos.Mesmo tendo que permanecer em silêncio diante da falsidade, o professor astuciamente descartou o menino através do conhecimento, através de uma pergunta que somente os alunos interessados em sala poderiam responder.

c) Identifique os princípios morais envolvidos nessa decisão
Identifico esses princípios morais: Respeito, falar a verdade sempre, profissionalismo, ética.

d) Avalie a decisão do professor: foi uma decisão moralmente correta ou não?
O professor foi sábio não revelando a trapaça daquele menino em público, mas não poderia deixar esse fato em segredo deveria ter sido solucionado de uma outra maneira.O aluno Beel deveria retratar-se aos demais alunos para assumir e consertar o seu erro.Deixou-o acreditar e basear os seus atos no engano, no poder econômico acima de todos os valores individuais.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

A APRENDIZAGEM COMO AÇÃO

Gostaria de compartilhar uma atividade realizada por mim para a interdisciplina Psicologia II que refere-se a ação que o aluno deve executar com o objeto para que a aprendizagem ocorra de forma significativa:

Muitas coisas novas aprendo, pois trabalho em um berçário e lá as novidades são diárias. Gostaria de compartilhar um conhecimento adquirido recentemente que me deixou alegre, pois há tempos desejava aprender a ler partitura musical e somente agora tive a oportunidade.
Eu canto em um coral e devido à necessidade de aperfeiçoamento procurei um professor de técnica vocal.Tudo o que pratiquei durante 4 meses não foram tão significante quanto a última aula, na qual o professor me sugeriu a compra de um teclado para aquecimento vocal. Não teve dúvida, no outro dia, comprei um e meu problema era: como tocar os acordes para aquecer a voz?.Fui atrás de uma revista e manuais para iniciantes em bancas de jornais.Comprei duas e aprendi as posições e após algumas práticas fazer o aquecimento tornou-se fácil.
Meu desejo não ficou só nisso: sei os acordes, porque não tocar a partir da leitura da partitura musical? Tenho um livro com canções clássicas infantis cifradas.Tentava tocar a partir da leitura dela, mas conseguia apenas a base do acorde, os tempos e o acompanhamento das notas eu não conseguia. Deixei o material de lado e pensei: quando terminar o PEAD eu aprendo isso, agora não tenho tempo para aprender e praticar.
No mês passado, uma amiga veio a minha residência com o seu novo namorado, viu meu teclado e conversamos sobre todas as coisas que aqui eu relatei. Para a minha surpresa o rapaz entendia da leitura da partitura porque toca violão e me pediu uma folha de caderno e um lápis que iria me explicar. No momento pensei: que loucura aprender isso agora e somente com uma folha de papel e um lápis. Isso que relatei foi o suficiente para que em meia hora ele me ensinasse o principal sobre teoria musical.
A partir daquele momento foi só praticar a posição nos dedos e já consigo tocar lendo a partitura algumas canções infantis.Sei que esse novo conheciemtno me auxiliará muito em sala de aula, pois os bebês ficam encantados com os instrumentos e o nosso canto.

ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO COGNITIVO SEGUNDO PIAGET

ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO COGNITIVO SEGUNDO PIAGET
Piaget dedicou-se ao estudo e investigação da forma como os indivíduos humanos constroem o seu conhecimento. Após observações, formulou a teoria da Epistemologia Genética, na qual explica que os indivíduos passam por estádios sucessivos de desenvolvimento mental resultantes da sua interação com o meio social através de sua organização interna e adaptação ao meio.Segundo Piaget, há quatro estádios de desenvolvimento intelectual, que são:
Ø SENSÓRIO-MOTOR: compreende o período do nascimento aos 18 meses aproximadamente. A atividade cognitiva é de origem sensorial e motora.A criança não representa mentalmente os objetos.Sua ação é direta sobre eles.Encerra com a aquisição da linguagem.
Ø PRÉ-OPERATÓRIO: Compreende o período da aquisição da linguagem até os 7 anos de idade aproximadamente.A criança desenvolve a capacidade simbólica e intuitiva.Não depende unicamente das sensações, de seus movimentos, mas distingue imagem ou palavras.Neste estádio temos a presença do egocentrismo, ou seja, não consegue colocar-se no ponto de vista do outro.Os fenômenos e fatos são irreversíveis, não voltam ao seu estado original.
Ø OPERATÓRIO-CONCRETO: Aproximadamente o período dos 7 aos 11 anos de idade.A criança é capaz de realizar ações mentais e por isso reflete sobre o inverso das situações e fenômenos, o que chamamos de reversibilidade.Não confunde o seu ponto de vista com o do outro, tornando-se cooperativa.Aparece a capacidade de construir as operações lógicas:classificação, seriação; conservações físicas: substância, volume, peso;conservações espaciais: comprimento e área; volume espacial e conceito de número.
Ø OPERATÓRIO-FORMAL: a partir dos 12 anos de idade.Surge o pensamento hipotético-dedutivo, na qual estabelece relações entre teorias e práticas.Possui capacidade de descentração, ou seja, o real agora é apenas o setor limitado, pois está no plano das possibilidades.Isso favorece a ampliação dos horizontes pessoais, teóricos e metodológicos e as relações com diferentes campos do conhecimento.
O estudo desses estádios disponibilizado pela interdisciplina Psicologia II tem servido como base para a elaboração das minhas atividades na sala que atuo, B1, pois através do estudo de como adquirimos o conhecimento não cometemos agressõesao intelecto das crianças em sala de aula.Propomos desafios conforme a investigação dos seus estádios de desenvolvimento.