sábado, 4 de outubro de 2008

Síntese do fórum sobre Max Weber



Para Weber existem na sociedade, suas instituições como escola, igreja, estado , três tipos de dominação: a racional –legal, a tradicional e a carismática. Esses tipos de dominação estão presentes em todos os agrupamentos humanos e em todos os seus tempos, pois sempre irão existir os dominantes e os dominados, Que segundo os seus interesses legitimam essa influência .

Como debatemos, na escola a dominação estatutária aparece de forma administrativa. Sabemos que através de outros estudos, que essa é uma das características da gestão democrática educacional atual. Através do Estatuto dos Servidores Públicos, Lei Orgânica, Plano de Carreira do Magistério a dominação encontra-se presente e legitimada pelas leis , no qual todos seguem e devem ter o conhecimento das mesmas, porque elas expressam os seus direitos e deveres.
Também na escola percebo a dominação carismática, expressa pelos alunos e professores que possuem o carisma como característica individual e que movimentam o grupo. Essa característica vem bem definida em alguns líderes de turma e nos professores regentes. Nos meios de comunicação, como mencionamos no fórum, líderes carismáticos de diversas denominações religiosas arrebanham massas de indivíduos e dinheiro para a religião a qual pertencem.
A dominação tradicional observamos, na sua minoria, presente nas poucas famílias que dão ao homem o respeito como figura central do lar. Na escola são poucos que dão à figura do diretor uma visão tradicional de ordem e repreensão, uma pessoa cheia de autoridade como na escola antiga.


REFERÊNCIAS:

WEBER, Max. Os Três tipos puros de dominação legítima. In COHN,Gabriel (org.). Sociologia. São Paulo: Ática, pg.128-
Conhecendo o pensamento de Durkhein sobre a educação.


Retomando a leitura do texto proposto pela interdisciplina sobre Émile Durkhein e lendo um pouco sobre a vida do autor, acredito que pude compreender melhor as idéias de um dos pais da sociologia moderna e um dos melhores teóricos do conceito de coesão social. Por isso meditando sobre as indagações me apresentadas: qual é o papel da educação para Durkhein? Que crítica pode ser realizada à concepção educação e sociedade para o autor? Consegues responder qual é a idéia fundamental do texto? , é que organizei essas palavras que seguem.
Coloco que para Durkhein o papel da educação é desenvolver na criança(indivíduo aprendiz) certo número de estados físicos, intelectuais e morais desejados pela sociedade em que este vincula-se ou grupo restrito em que pertence. Para Durkhein, essa educação representa uma premissa comum de um determinado grupo social e carrega um legado histórico dos indivíduos anteriores.A educação exerce uma função socializadora, integrar o indivíduo na sociedade na qual ele pertence. E embora esses apresentem características individuais elas serão fortemente influenciadas e usadas para determinados fins coletivos.
Cada Sistema de Ensino carrega historicamente essa comum necessidade social. Cada época forma a pessoa conforme as características sociais do seu tempo, consiste numa socialização metódica das novas gerações. O fim da educação é constituir esse ser social em cada nova geração, segundo as grandes forças impostas pela grupo ao indivíduo que sente-se fraco e inferior. E o próprio ser social submete-se, pois ele e a sociedade são idéias dependentes uma da outra.




REFERÊNCIAS:

DURKHEIN, Émile. A educação como processo socializador:função homogeneizadora e função diferenciadora. In PEREIRA, LUIZ e FORACHI,Marialice. Educação e Sociedade: leituras de sociologia da educação.8.ed.São Paulo: Nacional, 1977.

COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES DA UNIÃO, DOS ESTADOS E DOS MUNICÍPIOS DO BRASIL NA ÁREA EDUCACIONAL


A organização da educação no Brasil, vem ao longo de décadas, sofrendo transformações consistentes, sempre acompanhadas pela trajetória política do país. Atualmente o Brasil organiza-se político e administrativamente na concepção federalista, ou seja, baseia-se na autonomia da União, dos Estados e dos Municípios. Garantindo , portanto, poder decisivo, relativa independência financeira e atribuições bem definidas . A distribuição de funções entre as esferas governamentais avançou ao longo da história pela descentralização política e legitimou-se na Constituição de 1988, O que garantiu transferências de responsabilidades do governo federal para os estados ou para os municípios se necessário.
Os governos federais, estaduais e municipais devem colaborar e articular-se entre si para organizarem seus sistemas de ensino nos campos da oferta, do financiamento, do planejamento e da normatização da Educação.
Compete a União aplicar 18% de sua receita no financiamento do sistema federal de ensino e na prestação de assistência técnica e financeira aos Estados e Municípios; coordenar as políticas nacionais de educação entre os sistemas de ensino federal, estadual e municipal, exercendo funções normativas, distributivas e supletivas. É responsável por estabelecer competências e diretrizes para a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio.
Compete aos Estados e ao Distrito Federal assegurar o Ensino Fundamental e ofertar, com prioridade, o Ensino Médio. Juntamente com seus municípios deve definir formas de colaboração na oferta do Ensino Fundamental, dividindo responsabilidades e repassando recursos, além de elaborar e executar políticas e planos de educação no sentido de complementar a legislação federal, totalizando no mínimo 25% de sua receita.
Compete aos municípios investir no mínimo 25% de suas receitas e e devem ofertar Educação Infantil, e prioritariamente o Ensino Fundamental, além de organizar e manter as instituições dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos da União e dos Estados.
Contudo, o nosso país necessita de vuma nova prática de gestão,que garanta a articulação entre as três esferas do governo, de forma colaborativa e na qual ocorra efetivamente uma divisão igualitária das responsabilidades técnicas e financeiras.

REFERÊNCIAS:

BRASIL. Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil, de 03 de outubro de 1988.

______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Lei N.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

FARENZENA, Nalú. Federalismo e descentralização. Porto Alegre, PEAD/UFRGS, 2007, 6f. (Texto digitado).

______. Responsabilidades das esferas de governo para com a educação. Porto Alegre, PEAD/UFRGS, 2007, 4f. (Texto digitado).

______. Sistemas de ensino. Porto Alegre, PEAD/UFRGS, 2007, 3f. (Texto digitado).
Conhecendo Freire



Ao reler os textos propostos para estudo sobre Paulo Freire, posso afirmar que sua obra traz o perfil ideal para o educador popular, que deve a todo instante estar aberto ao diálogo, a análise e a reconstrução do conhecimento livre de preconceitos sociais.

No seu livro Pedagogia da Autonomia, Freire procura mostrar as características fundamentais necessárias ao educador progressista, tendência libertadora, defendendo as finalidades sociopolíticas da educação. Ele questiona a realidade das relações do homem com a natureza e com os outros homens, visando uma transformação. Os conteúdos de ensino, são extraídos da problematização da prática de vida dos educandos. O importante não é a transmissão de conteúdos específicos, mas despertar uma nova forma de relação com a experiência vivida. A transmissão de conteúdos estruturados fora da realidade do educando é considerada uma invasão cultural, pois o saber deve emergir do saber popular. Freire aponta uma pedagogia de caráter político, que propõe como ponto de partida para a aprendizagem a problematização de situações, nas quais o professor e o aluno engajados ativamente pelo diálogo, tornam-se sujeitos do ato de aprender.

Fazendo reflexões da prática realizada nas escolas em que trabalho e trabalhei há 9 anos, percebo que a visão tradicional de ensino, embasado no sistema capitalista, não está com tanta firmeza como outrora. Nos últimos anos, muito tem se estudado nos encontros de formação sobre Freire e o seu método de ensino baseado nos temas geradores, principalmente nas escolas de periferia. Verifico, apenas, uma dificuldade do corpo docente em rebater a realidade de vida dos alunos que na maioria das vezes as situações ouvidas chocam, como aconteceu com o professor que ele menciona no livro, citado anteriormente, no qual uma família alimentou-se do seio amputado que haviam colocado no lixão próximo à favela. Alguns de nós e inclusive eu estamos nos preparando para esse tipo de educação que visa libertar através da consciência crítica. Ter uma visão freiriana para trabalhar com as classes populares é emergente e acredito que isso construirei ao longo da minha caminhada educativa. Não aprendemos ao longo da vida?





REFERÊNCIAS:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à pratica educativa.São Paulo: Paz e Terra, 2001.

FREIRE, Paulo.Cartas. In Pedagogia da Indignação. Petrópolis:Vozes,1998.